Disponibilidade de Dados para MDS em Larga Escala no Brasil

Resumo

O mapeamento digital do solo (MDS) beneficiou-se do aumento do poder dos computadores para lidar com grandes volumes de dados para produzir informações do solo. Esses dados básicos incluem covariáveis ambientais, amplamente disponíveis em várias resoluções espaciais graças ao desenvolvimento do sensoriamento remoto. Infelizmente, em vários países, o aumento na disponibilidade dos dados pontuais do solo necessários para calibrar os modelos MDS não foi tão rápido. No Brasil, levantamentos de solo foram realizados desde os anos 1930. Mas a maioria dos dados coletados nos últimos 90 anos ainda está no papel. Poucas instituições trabalharam para compilar e compartilhar os dados legados existentes. Até 2016, o maior banco de dados do solo doBrasil, o BDSolos, continha apenas ~9000 observações. Menos da metade continha coordenadas espaciais. Em comparação, a Austrália, aproximadamente do tamanho do Brasil, contém dados de~300.000 observações do solo em seu banco de dados nacional de solo. No início de 2017, vários cientistas do solo brasileiros de diferentes instituições decidiram mudar esse cenário. O RepositórioBrasileiro Livre para Dados Abertos do Solo, febr – baseado no trabalho realizado no BDSolos –nasceu. No final de 2018, a febr já continha dados de ~15.000 observações do solo. Cerca de metade desses dados foi coletada antes da década de 1990, quando o programa nacional de levantamento de solo foi interrompido. Diferente dos esforços anteriores, o febr também melhora a qualidade e usabilidade dos dados para o MDS. Por exemplo, as coordenadas existentes são verificadas quanto à precisão posicional e as faltantes são estimadas usando dados ambientais auxiliares. Apenas 20% das observações no febr ainda permanecem sem coordenadas. Rotinas de validação foram implementadas para garantir a exatidão dos dados. A maioria das tarefas manuais é realizada por estudantes de graduação sob a supervisão de cientistas do solo. Alguns cursos de graduação já incluem o desenvolvimento de atividades no febr no currículo – como a compilação e validação de dados. O envolvimento formal de estudantes de graduação é a chave para promover uma mudança cultural em direção a um ambiente de compartilhamento dos dados do solo mais rico no Brasil.

Data
2019-07-25 16:00 — 16:15
Local
Centro de Eventos do Pantanal
Av. Bernardo Antônio de Oliveira Neto - Santa Marta, Cuiabá, Mato Grosso 78043-903
Alessandro Samuel-Rosa
Alessandro Samuel-Rosa
Professor Adjunto

Meus interesses de pesquisa incluem otimização amostral, geoestatística e aprendizado de máquina, e dados abertos do solo.

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